Fumaça de incenso e seus efeitos na saúde respiratória

Estudo revela os riscos associados à queima de incenso em ambientes internos e seu impacto no sistema respiratório.

Em um artigo recente, pesquisadores investigaram como a queima de incenso, prática comum em países asiáticos, afeta a saúde respiratória. Publicado na Clinical and Molecular Allergy, o estudo foi conduzido por Ta-Chang Lin, Guha Krishnaswamy e David S. Chi, abordando as partículas e compostos liberados durante a queima e seu potencial para causar doenças respiratórias.

A queima de incenso, amplamente praticada em países como Taiwan e China, libera uma variedade de substâncias tóxicas no ar, incluindo partículas finas e compostos orgânicos voláteis como benzeno e formaldeído. Esses poluentes podem se acumular nos pulmões e causar irritação e disfunção respiratória, com efeitos similares aos observados na exposição ao fumo de cigarro. O estudo aponta que, em média, a queima de incenso gera mais partículas do que o cigarro, o que aumenta os riscos à saúde.

Os autores detalham que, durante festivais e celebrações religiosas, a concentração de poluentes atinge níveis alarmantes nos templos. Tais concentrações foram associadas a casos de câncer de nasofaringe em locais onde a prática é comum. Além disso, trabalhadores de templos em contato frequente com a fumaça apresentam uma incidência elevada de sintomas respiratórios, como tosse e irritação nas vias aéreas.

O estudo também revelou que, além de partículas finas, a fumaça do incenso contém hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), substâncias conhecidas por seu potencial cancerígeno. A presença dessas substâncias no ar foi confirmada por testes de mutagenicidade em laboratório, indicando que a fumaça do incenso pode ter um impacto a longo prazo na saúde.

Além das implicações respiratórias, a fumaça de incenso foi associada a reações alérgicas e dermatológicas. Estudos com ratos mostraram mudanças nas células pulmonares após exposição prolongada à fumaça, o que pode indicar comprometimento na eficiência respiratória.

Saiba mais

O artigo intitulado Incense smoke: clinical, structural and molecular effects on airway disease foi escrito por Ta-Chang Lin, Guha Krishnaswamy e David S. Chi, e publicado na Clinical and Molecular Allergy, volume 6, edição de abril de 2008.