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Diferenças de gênero na ansiedade e depressão

Diferenças de gênero na ansiedade e depressão

Pesquisas destacam como circuitos e mecanismos no cérebro variam entre homens e mulheres, influenciando transtornos de ansiedade e depressão.

Recentes estudos revisados no artigo publicado na Nature Reviews Neuroscience apontam como diferenças biológicas e circuitos específicos podem afetar a manifestação de transtornos de ansiedade e depressão em homens e mulheres. Liderado por Debra A. Bangasser e Amelia Cuarenta, o estudo aborda a falta histórica de inclusão de animais fêmeas em modelos pré-clínicos e como isso impactou o entendimento sobre os mecanismos neurais desses transtornos, que afetam as mulheres de forma mais significativa.

O artigo revela que, enquanto a psicologia e os fatores culturais desempenham papéis relevantes, aspectos biológicos contribuem para diferenças na manifestação desses transtornos. Mulheres tendem a experimentar depressão com maior comorbidade com ansiedade, início precoce e impacto na qualidade de vida. Essas diferenças também são observadas nas respostas aos tratamentos, onde as mulheres frequentemente respondem melhor a inibidores seletivos de recaptação de serotonina.

Para estudar essas diferenças, os pesquisadores discutem o uso de modelos animais que incluem fêmeas, uma prática recente e incentivada por políticas de financiamento que buscam melhorar a representatividade. Essa inclusão permitiu identificar que sistemas neurobiológicos e comportamentos em roedores, como a ansiedade de conflito e o processamento do medo, apresentam respostas específicas de gênero, o que pode abrir portas para tratamentos mais eficazes.

Além disso, os pesquisadores destacam que circuitos comuns, como o sistema de vasopressina e o sistema de oxitocina, desempenham funções diferentes entre os sexos. Esses achados ilustram como uma melhor compreensão das diferenças sexuais pode levar a abordagens terapêuticas personalizadas, principalmente ao tratar transtornos como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

Por fim, o estudo aponta a necessidade de novos protocolos experimentais que levem em conta essas variáveis de gênero e sugere que um maior investimento em estudos comparativos entre os sexos é essencial para avançar no tratamento de ansiedade e depressão. Essa inclusão traria novas perspectivas para desenvolver medicamentos mais eficazes e específicos.

Saiba mais

O artigo intitulado Sex differences in anxiety and depression: circuits and mechanisms foi escrito por Debra A. Bangasser e Amelia Cuarenta, publicado na Nature Reviews Neuroscience, volume 22, edição de novembro de 2021.

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