Principal risco ambiental global é a poluição do ar
Relatório internacional aponta a urgência de ações para reduzir mortes e impactos econômicos causados pela má qualidade do ar.
Um relatório elaborado por academias de ciências de países como Brasil, Alemanha, Estados Unidos e África do Sul destaca a poluição do ar como a maior causa ambiental de doenças e mortes prematuras no mundo, responsável por pelo menos 5 milhões de óbitos anuais. A má qualidade do ar afeta populações de todas as idades, com impactos desproporcionais em crianças, mulheres e pessoas de baixa renda. A evidência científica mostra que praticamente todos os sistemas do corpo humano podem ser prejudicados pela exposição prolongada à poluição atmosférica.
O documento aponta que a principal fonte de poluição do ar é a queima de combustíveis fósseis e biomassa, que não só afetam a saúde humana, mas também agravam as mudanças climáticas. Poluentes como partículas finas (PM2.5), black carbon e gases tóxicos estão associados a doenças respiratórias, cardiovasculares e até neurológicas, além de impactarem negativamente a produtividade econômica e o desenvolvimento sustentável de países.
Entre as soluções, os especialistas defendem a implementação de políticas públicas mais rigorosas, incentivos para o uso de energias renováveis e tecnologias de controle de emissões. As perdas econômicas globais estimadas, superiores a 3,8 trilhões de dólares em 2015, indicam que os custos de ações preventivas são superados pelos benefícios econômicos e sociais da redução da poluição.
O relatório também ressalta a importância de um pacto global para controle da poluição atmosférica, alinhando ações locais e globais às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Medidas integradas que combinem mitigação das mudanças climáticas e combate à poluição do ar são apresentadas como alternativas eficientes e de amplo impacto.
A desigualdade no impacto da poluição do ar também é um ponto crítico do estudo. Mulheres em países de baixa renda, por exemplo, enfrentam maiores riscos devido ao uso de combustíveis sólidos para cozinhar. Além disso, as populações vulneráveis, como crianças e idosos, são mais suscetíveis aos efeitos tóxicos, destacando a necessidade de ações específicas voltadas para esses grupos.
Os autores concluem que combater a poluição do ar é não apenas uma necessidade ética, mas também uma oportunidade de melhorar a saúde global, a equidade social e a sustentabilidade econômica. Lideranças políticas, empresas e cidadãos são convocados a atuar com urgência para mitigar os impactos desse grave problema ambiental e de saúde pública.
Saiba mais
O relatório, intitulado Poluição do Ar e Saúde: Uma Iniciativa Político-Científica, foi elaborado pelas academias de ciência da África do Sul, Brasil, Alemanha e Estados Unidos e publicado em junho de 2019.
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