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Bolsa Família e seu impacto na pobreza brasileira

Bolsa Família e seu impacto na pobreza brasileira

Programas reduzem pobreza, mas enfrentam desafios estruturais no Brasil.

Um estudo publicado na Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana avaliou os efeitos dos programas de Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Bolsa Família (PBF) na redução da pobreza no Brasil entre 2012 e 2022. Utilizando modelos de dados em painel, a pesquisa revelou que ambos os programas contribuem para aliviar a pobreza, mas seu impacto é menor em comparação com variáveis como nível de emprego e redução da desigualdade de renda.

Os dados indicam que transferências do BPC, no valor de um salário mínimo, têm maior impacto relativo que o PBF, cujos repasses, historicamente baixos, limitam sua eficácia. Apesar disso, o PBF promove acesso à educação e saúde, buscando romper ciclos de pobreza intergeracional.

O estudo também destacou a persistência de desigualdades regionais. Estados do Norte e Nordeste registraram as maiores taxas de pobreza em 2022, enquanto Santa Catarina apresentou a menor proporção, com apenas 8,89%. Fatores como baixo crescimento econômico e precariedade do mercado de trabalho agravam a situação.

A pesquisa enfatiza que políticas focadas na criação de empregos de qualidade e na redução da desigualdade de renda são mais eficazes no combate à pobreza. Programas de transferência de renda, embora cruciais para aliviar necessidades imediatas, não conseguem erradicar a pobreza de forma definitiva.

O artigo conclui que, para enfrentar a pobreza de maneira sustentável, é necessário um enfoque multidimensional, combinando transferências de renda com ações estruturais que promovam justiça social e oportunidades econômicas.


Saiba mais

O artigo, intitulado Efeitos dos Programas de Benefício de Prestação Continuada e Bolsa Família sobre a Redução da Pobreza no Brasil (2012-2022), foi escrito por Isabela Orsoli Meneguete e Ana Cristina Lima Couto e publicado em 2024 na Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, volume 22, número 4.

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