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Câmeras corporais reduzem letalidade policial em São Paulo

Câmeras corporais reduzem letalidade policial em São Paulo

Estudo destaca impacto positivo e a necessidade de mudanças estruturais.

A implementação de câmeras corporais pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) resultou em uma redução significativa das mortes decorrentes de intervenções policiais, conforme estudo publicado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O programa, iniciado em 2020 com o nome “Olho Vivo”, foi analisado a partir de dados de 18 batalhões, revelando que a média de mortes mensais nesses locais caiu de 1,07 para 0,16 após a adoção da tecnologia.

O estudo também constatou que as câmeras, que permanecem ligadas durante todo o turno, aumentaram a supervisão e a accountability das ações policiais. Em batalhões sem a tecnologia, a redução foi menos significativa, sugerindo que as câmeras foram responsáveis por evitar até 88 mortes em seis meses. Apesar disso, os autores destacam que a eficácia depende de mudanças mais amplas na cultura policial e na gestão institucional.

A análise histórica do uso da força letal pela PMESP mostrou que as maiores reduções ocorreram em batalhões de alta letalidade, como a Rota. No entanto, as melhorias não podem ser atribuídas exclusivamente às câmeras. Outros fatores, como a liderança institucional e a implementação de políticas complementares, também desempenharam papéis cruciais.

Os resultados ressaltam a necessidade de combinar tecnologias como as câmeras corporais com treinamentos e políticas que promovam direitos humanos e profissionalização. Apenas a adoção da tecnologia, sem essas mudanças, pode não ser suficiente para transformar a relação entre polícia e sociedade.

Além de São Paulo, estados como Santa Catarina e Rondônia também começaram a implementar câmeras corporais, mas o sucesso depende da adaptação às realidades locais. A experiência paulista, com altos índices de letalidade policial, oferece um modelo a ser seguido, mas com ressalvas sobre sua replicação.

Os autores concluem que câmeras corporais são uma ferramenta importante, mas não substituem a necessidade de reformas estruturais na segurança pública. Integrar tecnologia e governança é essencial para alcançar uma polícia mais justa e democrática.

Saiba mais

O artigo intitulado Câmeras na farda reduzem a letalidade policial? foi escrito por Renato Sérgio de Lima, Samira Bueno, Isabela Sobral e Dennis Pacheco. Publicado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em 2024.

1 comentário

comments user
M~a gii thiu binance

I don’t think the title of your article matches the content lol. Just kidding, mainly because I had some doubts after reading the article.

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